Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

26 abril, 2010

De volta.

Ele está chegando. E com ele retorna a alegria, a paz, a proteção e mais uma vez o amor renascido.
Estamos preparando a casa para recebê-lo de volta, tem painel na janela, lanche na mesa e a maior paciência do mundo para ouvir o seu assunto favorito. 
Daqui a algumas horas terei ele aqui preenchendo a casa, a cama e meu olhar.
Porque quando estamos longe é que fica absolutamente na cara e no peito a falta que faz... E eu sinto na pele o vazio que fica e a emoção que aflora.
É porque esse amor é bonito, é sincero, é forte e real. 
E dá saudade até do improvável... faltando alguém para contar do dia, para deitar no colo e repousar com paz.
Que a cada manhã seja o renascimento do nosso amor. :-)


Seja bem vindo sempre a minha vida, a nossa bonita vida!

08 abril, 2010

O Rio de Janeiro não continua lindo.

Todo dia sai no jornal reportagens sobre tragédias mundiais. A gente lê, fica chocado, mas esquece e repete que Deus é mesmo brasileiro, que somos sortudos porque aqui não tem terremoto e nem tsunami.


Desde terça-feira estamos sentindo na pele o que é ter uma tragédia carioca. Logo para nós que tudo no final vira um carnaval...

Hoje o Rio amanheceu cinza. Não só cinza por causa do mau tempo, mas cinza da cor da tragédia. Me emocionei ao ver os vídeos sobre o deslizamento de terra em Niterói. E me senti completamente egoísta por não ter sentido esse luto quando houve o terremoto no Haiti ou no Chile... Porque dói muito mais quando é com a gente, quando é nosso povo, quando está aqui do lado.

Eu fico isolada dos grandes centros. Moro e trabalho na zona oeste do Rio e só saio de casa para reuniões e passeios. Só na noite de terça-feira, quando tentamos levar um funcionário até o Recreio dos Bandeirantes, que tive total noção de que aqui também estava impossível de se locomover. Besteira com a quantidade de coisa que está acontecendo depois daqui.

Ver o aeroporto Santos Dumont sendo invadido pelo mar, Niterói naquele estado e todas aquelas pessoas sentindo uma dor irreparável é muito ruim. Dessa vez é comigo, dessa vez é na minha cidade!

Eu só rezo para parar de chover e que as 200 pessoas que estão soterradas sejam resgatadas, mesmo sendo quase impossível.

O Rio de Janeiro não continua lindo...

(Fotos do G1 - Esses lugares são aqui nas proximidades da minha casa.)


Para quem puder ajudar aqui estão os locais que recebem donativos para os desabrigados.

04 abril, 2010

Ovelhas.

Eu já me senti mal quando elogios eram tecidos a outrem. Já me senti menor por ser diferente e já fiquei com vontade de me mutilar porque eu não era e nunca fui motivo de orgulho.

Já ouvi centenas e interruptas vezes: “Fulaninha se formou em direito.”; “Olha, casou virgem!”;“ Nunca colocou uma gota de álcool na boca e nunca dançou até o chão.”; “Ajuizada, estudou, se formou... agora casou na igreja, tem uma casa e daqui um tempo vai ter filhos que seguirão o mesmo caminho da mãe.”.

Bobagem.

Nunca fiz nada para causar essa expressão, sempre fui o que queria ser. Não tenho medo de trocar de marido – ainda se ele for o quinto -, não tenho medo de engravidar de novo se for convencida disso, não tenho medo de não ingressar numa carreira pública e de passar o resto da vida sendo comissionada – eu faço o que gosto. -, não tenho medo de ser corrompida, de mudar de idéia, de reverter os planos. Eu só tenho medo de ser infeliz. Jamais de fracasso.

São os erros que compõe a essência da vida, é perder a linha e fazer inúmeras escolhas erradas que nos fazem virar pessoas corrigíveis, pessoas possíveis.

Ovelha negra, - ainda mais para minha família cheia de princípios-, mas ovelha do bem. Ovelha que se orgulha da própria história e que tem inúmeras coisas para contar, inclusive pra filha, porque eu também não tenho medo de que um dia ela se descubra em mim.

Talvez a menininha que casou virgem e que nunca colocou uma gota sequer de álcool na boca pode ser por dentro um imenso túnel obscuro, uma puritana cheia de medo de estar à mostra e com uma infelicidade digna de gente que se tranca em princípios só para fazer um final bonito.

Enquanto isso eu – que continuo sendo ovelha – grito e bato o pé pelas coisas que eu acredito, não sou careta, chata, decente e nem santa.

Filho de Peixe...

Peixinho é.

http://www.borboletaescritora.blogspot.com/